O segredo do sucesso de pai e filhos que trabalham juntos

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Em tempos de precariedade e instabilidade econômica como a que o Brasil está enfrentando, unir forças com a família para trabalhar em um negócio próprio e driblar o desemprego está cada vez mais comum. 

Há aqueles que se juntam a primos, tios e até avós. Mas, neste dia dos pais, te convidamos a uma reflexão especial: você já pensou como é trabalhar com o próprio pai?  

Em primeiro lugar, vamos lembrar do grande privilégio que é conviver com o pai (quem nunca teve ou perdeu cedo sabe bem disso). Mas ser capaz de administrar com sucesso o relacionamento familiar e o trabalho pode ser desafiador, tanto física quanto mentalmente e moralmente.  

Os pais que trabalham com os filhos se preocupam com o sucesso na carreira e em casa. Eles se orgulham de influenciar a carreira dos filhos e de dedicar o tempo e esforço necessários para ser pai e parceiro profissional. Mas muitos descobrem que o sucesso da carreira tem dois lados.  

Alguns se veem envolvidos em uma carreira que, embora tenha muitos méritos, pode impedir que se sintam totalmente bem-sucedidos como pai ou como filho. Por outro lado, não é difícil encontrar quem se sinta plenamente realizado nas duas esferas e propague as vantagens de se trabalhar ao lado de quem ama e conhece bem. 

Respeito é chave do sucesso para pais e filhos que trabalham juntos 

A cabelereira Jessica Marola e a especialista em sobrancelha Jeniffer Marola trabalham na companhia do pai, o cabelereiro e empresário Kaká Marinho. Elas são unânimes ao afirmar que o respeito é a chave para o sucesso de pais e filhos que trabalham juntos. 

Jessica explica que as brigas de trabalho ficam no trabalho e que as brigas de casa ficam em casa. “Eu sou de uma geração, ele de outra.  Eu penso de uma forma e ensino dessa forma. Ele já ensina de outra. Mas sempre respeitamos o que o outro ensina. Eu amo barbearia e ele já ama cabeleireiro e com isso cada um fica onde se identifica mais”, explica Jessica. 

A relação entre o pai e filhas é marcada por admiração, respeito e parceria. A princípio, Jeniffer não pensava em trabalhar na mesma área do pai. Ela começou a trabalhar no Studio Kaká por acaso, se apaixonou por maquiagem e mais tarde por design de sobrancelha. “O amor que ele tem pela profissão é contagiante”, admite. 

Jessica também caiu de paraquedas na profissão. Ela começou administrando o setor financeiro do Studio Kaká. Um dia, uma funcionária faltou e Jessica precisou substitui-la nos atendimentos aos clientes. O pai percebeu o talento da filha e a incentivou a desenvolvê-lo. 

As irmãs são gratas por trabalhar com o pai e contam que não param de aprender com ele. A quem deseja seguir o mesmo caminho, elas aconselham que saiba separar a vida pessoal da profissional tendo como base o respeito acima de tudo. 

4 vantagens em trabalhar em família 

Kaká Marinho com suas filhas Jeniffer e Jéssica.

Pegar no batente ao lado do pai pode ser uma boa ideia por vários motivos: 

  1. O clima é sereno e altamente colaborativo. Todos são pressionados a dar o melhor de si, porque investem tudo (até o coração) na empresa.
     
  2. O nível de confiança é o máximo. Você pode confiar cegamente em seus funcionários e trabalhar com grande serenidade. Dificilmente um pai ou um filho fará algo errado propositalmente, uma vez que eles têm todo o interesse em manter a empresa saudável para entregá-la em ótima forma a seus herdeiros.
     
  3. O ambiente de trabalho fica rodeado de pessoas dispostas a fazer grandes sacrifícios. Quando se trata de tomar uma decisão importante ou de fazer face às despesas, ninguém se oporá, olhando impacientemente para os ponteiros do relógio, àqueles que lhe pedem para ultrapassar o horário normal de trabalho.
     
  4. Todos se conhecem bem. Isso também pode ser útil e vantajoso em termos de tempo, pois não será necessário realizar processo seletivo e realização de entrevistas e uma triagem criteriosa dos colaboradores mais próximos. 

4 problemas em trabalhar em família 

Por outro lado, trabalhar com parentes pode não ser uma boa ideia por diversos motivos: 

  1. Todo mundo se sente muito seguro. Fazer parte de uma empresa familiar pode levar a “baixar a guarda”. Como ninguém tem medo de ser demitido (especialmente se for o “queridinho do papai”), a frouxidão pode assumir o controle e travar o impulso de crescimento.
     
  2. Os conflitos no trabalho correm o risco de se tornarem problemas pessoais. Discutir com um colega de trabalho é uma coisa. Discutir com o pai ou o filho é outra.
  3. Pode haver um déficit de meritocracia.  Administrar uma empresa familiar significa trabalhar duro para garantir que seus filhos assumam o controle de tudo um dia. E se o “herdeiro” for um completo incompetente? A falta de uma seleção eficaz pode criar sérios problemas, uma vez que os futuros administradores não serão escolhidos (apenas) por seus méritos.
  4. As contribuições externas são limitadas. Se o organograma da empresa colocar apenas membros da família nos andares superiores (aqueles em que todas as decisões importam), a contribuição que pode ser feita por recursos externos, novos e criativos, é prejudicada. O negócio pode sofrer muito em termos de crescimento e inovação. 

Pai e filhos juntos no trabalho é uma boa ideia? 

E você, acredita que trabalhar com o pai é uma boa ideia? Já passou por uma experiência parecida ou conhece alguém que passou? Não deixe de nos contar esta história nos comentários!